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Usinas térmicas voltam a ser acionadas pelo Governo

Mercado de Energia

As termelétricas integrantes do grupo de usinas mais caras do Nordeste, que têm custo superior a R$ 600 por megawatt-hora (MWh), foram acionadas novamente pelo segundo dia consecutivo, de acordo com informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

A operação dessas térmicas força a manutenção da bandeira tarifária vermelha, já que os preços variam de R$ 604,20/MWh a R$ 995/MWh, gerando um custo adicional na conta de luz de R$ 4,50 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Conforme a nova regra em discussão na Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que cria novos níveis para as bandeiras, a operação de usinas com custo superior a R$ 610 por MWh implicará adicional de R$ 5,50 por 100 kWh consumidos.

Apesar de o Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico (CMSE) determinar que o bloco de 21 térmicas com custo operacional superior a R$ 600/MWh fossem desligadas em agosto, essas térmicas também operaram de forma contínua entre o fim de novembro e o início de dezembro.

O volume produzido nas usinas da Bahia e de Pernambuco é relativamente pequeno, da ordem de 1% de toda a carga do sistema nacional. Ainda assim, o acionamento delas obriga à manutenção da bandeira vermelha.

Os representantes do Ministério de Minas e Energia disseram que não há previsão de uso contínuo dessas usinas, sendo que seu funcionamento deverá ser pontual e por poucas horas, servindo para apoiar o sistema nos momentos de pico de carga.

Segundo informações disponibilizadas pela ONS, o acionamento dessas térmicas ocorreu por “restrição operativa” ou por substituição à geração de outras usinas, que tiveram suas atividades suspensas para manutenção ou por outro motivo. Essas medidas sinalizam o quadro do sistema no Nordeste: caracterizado pelo nível crítico dos reservatórios hidrelétricos, no patamar de 5%, dependência da geração eólica e pelo limite de transferência de energia entre regiões.

Graças a esse cenário, o preço de liquidação de diferenças (PLD) no Nordeste se descolou do restante do País. Enquanto o PLD nos submercados Sudeste/Centro-Oeste e Sul está em R$ 48,02/MWh e no Norte é de R$ 112,21/MWh, o valor no Nordeste chegou a R$ 358,16/MWh. Segundo o coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da UFRJ, Nivalde de Castro, essa distorção dos valores do PLD sinaliza que as ativações das termelétricas cada vez ficam mais evidentes e precisam ser revistas.

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