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Como funciona a compra de energia no ACL?

A compra de energia no Ambiente de Contratação Livre (ACL) se diferencia pela liberdade de negociação entre os fornecedores e consumidores. Afinal, essa é a principal característica do Mercado Livre de Energia. Basicamente, nele é possível encontrar melhores condições de preço por meio da relação de compra e venda entre os agentes do mercado.

Mas, como acontece a compra de energia na prática? Quais são os agentes envolvidos? Existe algum risco nessa operação? Pensando em explicar as operações de compra de energia, preparamos um material detalhado a partir de uma conversa com o diretor de Trading da Prime Energy, Rodrigo Moreira, ocupando hoje a posição de terceira maior comercializadora de energia do país. Acompanhe este conteúdo e descubra informações de quem lida diariamente com as análises deste mercado.

Inicialmente, é preciso entender os elementos que fazem parte desse mercado.

Que diferença existe entre a compra de energia no Ambiente de Contratação Livre e no mercado dito "cativo"?

Primeiramente: o consumidor que está no Mercado Livre de Energia pode escolher fornecedores, condições de contratação, tipo de contrato e muito mais. Já o consumidor cativo (nós enquanto consumidores residenciais, por exemplo) não tem essa opção de comprar energia de outro fornecedor, senão da distribuidora. Nesse caso, é importante relembrar que a distribuidora não gera a energia, e sim a entrega.

O cliente no Mercado Livre de energia, por outro lado, pode procurar por uma comercializadora, ou ir direto ao gerador de energia, ou mesmo ser um autoprodutor, etc. Ou seja, nesse mercado você tem essas opções ampliadas, em que os consumidores podem comprar a energia da forma que for melhor pro seu caso, ou mais aderente ao seu consumo e sua necessidade.

Quando um cliente ingressa no Mercado Livre de Energia, quais são as opções de compra de energia que ele possui?

Imagine que sua empresa passa agora a fazer parte deste livre mercado. Com isso, você precisa comprar energia de forma segura para dar conta da sua produção, certo? Mas, para fazer isso, você precisa entender qual é a quantidade de energia que você gasta para manter a sua rotina de produção. É aí que entra um conceito muito importante no ACL: o dimensionamento do consumo da energia.

O que significa “dimensionar o consumo energético”?

Basicamente, dimensionar o consumo energético é realizar o cálculo de quanta energia é gasta no funcionamento de máquinas e outros equipamentos necessários em uma operação. Por exemplo, se você possui uma fábrica que produz embalagens de laticínios, precisa dimensionar o consumo energético de todo maquinário envolvido na sua operação, assim descobrirá qual é a sua demanda de energia.

  • De olho na demanda de energia: este valor é de fundamental importância dentro das operações de compra de energia no Ambiente de Contratação Livre. Isso porque um dos requisitos para se tornar um cliente nesse mercado é ter essa demanda acima de 500 KW.

 

Quais outros elementos são relevantes para a compra de energia?

De acordo com o especialista Rodrigo Moreira, para ter um bom contrato de energia, alguns elementos são fundamentais de serem observados. São eles: (1) Sazonalidade do consumo, que é a compreensão de como essa curva de consumo se comporta dentro do ano. A (2) flexibilidade, para garantir que o cliente esteja resguardado dentro dessas projeções de consumo. Afinal, não é muito inteligente trabalhar sem uma margem de segurança para garantir um equilíbrio deste consumo.

Especialmente porque o cliente que está neste mercado tem a energia como um insumo, e não como um negócio. Ou seja, ela é um recurso fundamental para a empresa funcionar e a produção acontecer. Por isso ele precisa tomar esses cuidados para que não falte e também não sobre energia. Assim, ele (cliente) consegue operar com mais conforto.

Qual a diferença estratégica em ter contratos de compra de energia de longo prazo ou de curto prazo?

1- Qual é a importância de ter uma visão ampla do mercado energético antes de decidir como será a compra de energia?

 

Diretor de Trading da Prime Energy | Rodrigo Moreira: “É sempre positivo ter uma consultoria na hora de realizar as operações de compra de energia. Porque o preço praticado tem relação com muitos elementos diferentes, e saber acessar e interpretar essas informações é muito importante.

Por exemplo, entender as condições climáticas e como elas influenciam no preço da energia é fundamental, pois como a nossa matriz energética é predominantemente hidráulica, as chuvas são muito importantes nesse equilíbrio.

Em sequência, a movimentação dos ventos também, já que a eólica tem ocupado um lugar importante nessa expansão, em seguida a solar, etc. Por isso, é muito relevante ter uma consultoria que consiga ler isso para você enquanto cliente, que dê a previsibilidade, ou uma espécie de sinal de que o preço vai subir ou cair. A sensibilidade analítica desse contexto é muito importante hora de contratar.”

2 – O que você considera melhor em relação aos dois contratos?

 

Diretor de Trading da Prime Energy | Rodrigo Moreira: “Digamos que eu goste do meio do caminho. Acontece que um contrato muito curto pode te deixar numa situação complicada se vier uma crise hídrica (como a que a gente passou recentemente). Então, se você tiver “descontratado”, ou seja, se você tiver sem contrato de energia e acontecer uma crise hídrica, você e toda a sua produção pode ficar em apuros, e você pode ter que comprar num momento muito desfavorável, em que os preços estão muito altos.

Por isso, quando a gente trabalha essa compra de forma estratégica, o cliente passa a ter o conforto da previsibilidade, e o contrato longo pode garantir isso com sucesso. Na prática, ele oferece mais conforto e tempo para analisar o ambiente, e nada te impede de antecipar uma contratação se você achar necessário.

O único ponto de atenção com o contrato longo é a inflação. A inflação que é o que pode “machucar” um pouco o contrato e o resultado, por isso, mais uma vez, a análise equilibrada tanto do mercado quanto das condições climáticas é fundamental para uma análise mais assertiva. E ela precisa ser feita de acordo com o perfil, com o tipo de cliente e a sua demanda.”

3 – Como é realizada a compra energia dentro de uma comercializadora?

Dentro de uma comercializadora como a Prime Energy, existem áreas específicas para oferecer uma análise aprofundada de todos esses elementos do mercado. Então a gente realiza um mapeamento mais robusto, que vai desde o monitoramento de plataformas, portais, até encontros de mercado, consulta de agentes, e uma série de outros canais.

É importante colocar que fazemos sempre a originação das contrapartes, pois os contratos que se iniciam, digamos assim, do zero, vão precisar desse levantamento robusto e 360º de condições, de usinas, dos comercializadores, as associações,e todos os agentes ligados à essa compra e venda de energia. Falando sobre a Prime, aqui temos uma rede de contatos bem grande, que é ampliada constantemente pelo nosso time de especialistas, o que está constantemente oxigenando essas relações.

Existem riscos na compra de energia?

O risco existente nesse tipo de negociação é o chamado risco da contraparte, que também é compartilhado pela mesa de trading, e que na realidade é um risco comum a todos os agentes do mercado. O que isso significa?

Na prática, se o cliente contratou um fornecedor que não é confiável, que venha a não entregar o que ele contratou, isso é um problema. Ou ainda se este fornecedor tomou uma punição, que é quando ele é penalizado pelos agentes reguladores porque vendeu a energia acreditando em uma queda de preço, para futuramente comprar mais baixo.

Se essa queda não aconteceu e a energia subiu, e o fornecedor não se preveniu, ele teve um erro grave e pode acabar sem condições de entregar a energia, e acaba abrindo o contrato. Esse seria o risco mais sensível.

Outros riscos estão relacionados ao contrato, e é ali que o cliente precisa se prevenir dos outros riscos. E como ele se previne? Por meio daqueles parâmetros da sazonalidade, da demanda, que comentamos no início do texto. Assim ele não fica exposto no mercado de curto prazo.

Relacionamento: entenda a importância no mercado energético

O mercado de energia elétrica é um mercado de relacionamento, também visto como um mercado “falcão”. Nele, é preciso ter uma boa visão do todo e de entender o que é melhor pro cliente. Isso traz uma necessidade de contatos, de reuniões, pesquisas, etc.

Para Rodrigo Monteiro, diretor de Trading da Prime Energy, neste mercado é preciso “mostrar segurança, criar um relacionamento com os geradores, os responsáveis, fazer uma primeira operação, passar confiança para outra parte, etc. Então realmente é um investimento de tempo no relacionamento com esses fornecedores de energia e com os clientes também, aí você marca as visitas, reuniões, etc, fazendo uma originação ativa”, explica. 

“No passado, este mercado era mais nebuloso, com muita assimetria de informações. E o que isso acarretava? O cliente pagava muito alto por esse acesso à energia. Hoje, ele tem a informação mais clara, e pode ter a consultoria para trazer mais inteligência de dados nessa interpretação.

Na Prime Energy, podemos dizer que esse serviço é muito completo, porque a gente tem essa mesa de trading ativa no mercado. Com isso conseguimos ir onde está a informação relevante, realizando mapeamento de preços, de agentes, saber quem está vendendo e a quanto, qual a curva do concorrente. No fim, é isso que garante o preço mais justo pro cliente. Então, obviamente contar com esse serviço amplia os ganhos”, conclui.

Como boas operações de compra de energia trazem economia para o cliente?

Os bons resultados são uma combinação de uma boa contratação, contratos de compra e venda de energia feitos com cautela alinhados aos parâmetros que citamos no início do texto. Além disso, a largada (saída do cativo) já gera uma economia bastante expressiva para esses clientes.

“Você tendo uma consultoria para auxiliar, isso te permite entender em profundidade o comportamento do mercado como um todo, e é aí que você descobre o melhor momento, não deixa furos para o vencimento desta recontratação e assim coloca realmente a estratégia e a busca do bom resultado na frente.” Rodrigo Moreira, Diretor de Trading da Prime Energy.

Para o diretor, a decisão sobre qual consultoria contratar também é relevante para os seus resultados. “É importante se perguntar: os resultados de trading tem boa performance? E aqui, eu posso falar pela Prime, já que nossos resultados de trading são muito bons. Na prática, isso indica que as análises e informações estão sendo bem construídas, que o relacionamento da empresa no mercado está bem construído e que a empresa toma boas decisões e tem acesso à boas informações. O resultado é sempre o melhor parâmetro para a contratação“, reforça.

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