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CEEE, ANEEL e ONS: conheça os órgãos reguladores da energia elétrica no Brasil e sua função

O setor elétrico brasileiro é regulado por diferentes órgãos e entidades, cada um com uma função específica para garantir o funcionamento seguro e eficiente do sistema.  

Aqui neste texto, além de explicar a função específica de cada um deles, queremos entender: como chegamos até aqui e o que esses agentes representam em termos de evolução de mercado?  

Por isso, além de especificar as funções da CCEE, ANEEL e ONS, vamos entender a alguns marcos importantes para o desenvolvimento do setor elétrico. 

Da criação da ANEEL até as aberturas do MLE 

1993 – Criação da ANEEL: Com a Lei nº 8.987/1995 e a Lei nº 9.074/1995, iniciou-se a estruturação do setor elétrico, estabelecendo a regulação e fiscalização das concessões de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica no país. 

Impacto: mais segurança jurídica para investimentos no setor e maior estabilidade no fornecimento de energia do Brasil. 

1998 – Privatização do setor de distribuição: o governo vendeu diversas distribuidoras para atrair investimentos privados e melhorar a eficiência do setor. 

Impacto: por um lado, a privatização trouxe melhorias operacionais e expansão do serviço, reduzindo perdas e modernizando redes. No entanto, também gerou desafios como aumento de tarifas e desigualdade no acesso à energia.  

Enquanto o Brasil optou por esse modelo, países como a China seguiram o caminho contrário, mantendo o setor sob forte controle estatal e garantindo investimentos estratégicos para estabilidade e segurança energética. Hoje, a China lidera o mundo em capacidade instalada de energia solar e eólica, justamente porque pode direcionar investimentos em larga escala para essas fontes. Fonte: Global Energy Monitor. 

1999 – Criação do ONS: O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) foi estabelecido para coordenar a operação do Sistema Interligado Nacional (SIN), garantindo o equilíbrio entre geração e consumo de energia. 

Impacto: aumento da confiabilidade do sistema, reduzindo riscos de apagões e otimizando a distribuição de energia no país. 

1999 – Criação da CCEE: A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) substituiu o antigo MAE (Mercado Atacadista de Energia) para gerenciar a compra e venda de energia no mercado regulado e livre. 

Impacto: possibilitou a abertura gradual do Mercado Livre de Energia, trazendo mais competitividade e alternativas para consumidores, já que agora existiria um agente específico para tratar da comercialização.  

2004 – Novo modelo: Reformulação do setor elétrico para garantir segurança no abastecimento, com leilões regulados e estímulo à competição. 

Impacto: ambiente mais previsível para investidores e mais estimulante do ponto de vista de diversificação da matriz energética brasileira. 

2024 – Abertura total do Mercado Livre de Energia para consumidores do grupo A:  

A partir de 1º de janeiro de 2024, a Portaria nº 50/2022 do Ministério de Minas e Energia (MME) trouxe atualizações importantes para a migração ao Mercado Livre de Energia. 

Agora, qualquer unidade consumidora pertencente ao Grupo A, que representa consumidores conectados à alta tensão, poderá migrar, independentemente da demanda mínima de 500 kW que anteriormente era exigida. Além disso, consumidores com menor consumo, como aqueles com faturas a partir de R$ 10 mil, também se tornam elegíveis, desde que representados por agentes varejistas. 

Depois de entender mais sobre como o mercado elétrico no Brasil se desenvolveu a partir da criação dessas instâncias reguladoras, vamos definir cada uma delas. 

ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 

A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) é o órgão regulador mais amplo do setor elétrico brasileiro. Criada em 1996, ela tem o papel de fiscalizar, regular e mediar conflitos entre consumidores, distribuidoras e geradoras de energia. 

Funções principais: 

  • Definir tarifas e reajustes para distribuidoras. 
  • Regular e fiscalizar o cumprimento de normas no setor elétrico. 
  • Promover leilões de geração e transmissão de energia. 
  • Resolver conflitos entre agentes do setor e consumidores. 

Mais informações: www.gov.br/aneel 

CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica 

A CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) é responsável por administrar o mercado de compra e venda de energia elétrica no Brasil. Criada em 1999, substituindo o antigo Mercado Atacadista de Energia (MAE), a CCEE garante que a comercialização de energia seja feita de forma segura e transparente. 

Funções principais: 

  • Administrar os contratos de compra e venda de energia nos mercados regulado e livre. 
  • Realizar a liquidação financeira da energia comercializada. 
  • Gerenciar os leilões de energia promovidos pelo governo. 
  • Fornecer dados e relatórios sobre o consumo e geração de energia no país. 

Mais informações: www.ccee.org.br 

ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico 

O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) é o responsável por coordenar a operação da geração e transmissão de energia no Brasil. Criado em 1999, o ONS gerencia o Sistema Interligado Nacional (SIN), garantindo que a energia gerada chegue de forma confiável aos consumidores. 

Funções principais: 

  • Coordenar o despacho de geração de energia elétrica. 
  • Garantir a segurança do suprimento energético nacional. 
  • Planejar a operação das redes de transmissão. 
  • Integrar novas fontes de energia ao sistema elétrico. 

Mais informações: www.ons.org.br 

 

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