
Não é novidade que a interação com a inteligência artificial (IA) mudou a maneira como as pessoas interagem com a tecnologia.
Seja para gerar imagens, criar textos e áudios, os mais diversos tipos de IA (generativa, conversacional etc.) estão presentes de forma muito intensa no nosso dia a dia. Você também tem utilizado essas ferramentas?
Dados atualizados sobre o assunto (junho de 2025) dão uma visão ampla do tamanho da mudança na cultura. De acordo com uma reportagem da revista Forbes, a estimativa é que 378 milhões de pessoas estejam utilizando IA globalmente. Em outras palavras, isso significa dizer que 66% da população mundial já usa a IA de forma regular.
Seja qual for o seu tipo de IA favorito, é importante que compreenda que o funcionamento desses sistemas envolve uma tecnológica robusta, que em geral, está ligada ao modelo de data centers. Você sabe do que se trata?
Os data centers são espaços onde ficam os servidores usados para processar, gerenciar e armazenar grandes volumes de dados digitais. É deles que saem as respostas que o ChatGPT ou Gemini, por exemplo, te dá.
Esses centros exigem uma infraestrutura robusta, com alto consumo de energia e sistemas de resfriamento que utilizam água potável.
Além dos impactos e transformações socioculturais do uso dessas ferramentas, existe um outro assunto que tem ocupado o centro das discussões sobre o desenvolvimento desse tipo de tecnologia: o consumo de recursos como água e energia elétrica.
Aqui neste texto, vamos te inteirar sobre o que está em discussão e como esse novo cenário traz desafios para o setor elétrico em escala global.
O consumo global de energia elétrica, embora esteja avançando na utilização das energias renováveis de forma progressiva, ainda enfrenta desafios. Segundo o Global Energy Review 2025 da IEA (acesse o relatório aqui), a maior parte da eletricidade mundial ainda é gerada por fontes fósseis, como carvão (33%), gás natural (23%) e óleo (3%), embora essas estejam em declínio relativo.
Em uma análise setorial, de atividades produtivas, vemos que as atividades humanas voltadas à indústria ainda ocupam o primeiro lugar quando pensamos em consumo de energia.
Em relação à divisão por países, o relatório aponta que os maiores consumidores de eletricidade são:
As infraestruturas digitais, que sustentam desde assistentes virtuais até plataformas de streaming e redes sociais, estão se tornando um dos setores de crescimento mais acelerado em demanda energética.
Para se ter uma ideia, estima-se que os data centers já consomem cerca de 2% da eletricidade mundial, e esse número pode triplicar até 2030, impulsionado pela necessidade de processar volumes gigantescos de dados em tempo real. O dado vem um relatório da Internacional Energy Agency (IEA) publicado na revista Nature em 2024.
Nesse sentido, diversas iniciativas surgem para discutir, em escala global, como a necessidade de um planejamento energético alinhado às metas globais de descarbonização e proteção do meio ambiente são urgentes.
Em geral, considera-se que a eletricidade foi de fato incorporada na sociedade próxima a segunda fase da Revolução Industrial. E desde esse momento, o consumo de energia elétrica tem sido um reflexo direto das transformações econômicas e sociais.
No século XIX e início do XX, a eletricidade passou a alimentar fábricas, ferrovias e iluminação pública, com a indústria pesada liderando o consumo global. Ao longo do século XX, o crescimento urbano e o avanço tecnológico ampliaram o uso residencial e comercial, com destaque para eletrodomésticos, climatização e eletrônicos.
No entanto, o que observamos agora é o início de uma nova fase: a ampliação da era digital e a centralidade da inteligência artificial, que está redesenhando o mapa energético mundial.
Essa mudança desloca o foco do consumo dos setores tradicionais para o digital, exigindo novas estratégias energéticas.
Para os especialistas do Blog Mercado Livre de Energia, as premissas discutidas nas iniciativas globais de Transição Energética representam o melhor direcionamento e a alinhamento com um crescimento responsável para o uso da tecnologia em larga escala.
A transição energética é o processo de transformação do sistema energético global para torná-lo mais sustentável, limpo e eficiente, com o objetivo principal de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e mitigar as mudanças climáticas. Com metas globais já adotadas por diversos países, podemos dizer que ela representa uma estratégia promissora de convergência da utilização da energia elétrica para o desenvolvimento.
Essa transição envolve:
É importante frisar que existem outros recursos (além da energia elétrica) sendo utilizados na ampliação das tecnologias e o desenvolvimento das IAs, e que também precisam ser discutidos para que o desenvolvimento tecnológico seja acompanhado de segurança regulatória, social e ambiental.
Se você tem interesse em continuar aprendendo sobre o mercado de energia, acesse a nossa newsletter.
Voltar às NotíciasCompartilhe