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O que é transição energética e qual a situação do Brasil?

Eficiência Energética

Transição Energética é o processo de transformação do sistema energético global para torná-lo mais sustentável, limpo e eficiente, com o objetivo principal de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e mitigar as mudanças climáticas.  

Essa transição envolve substituir gradualmente as fontes de energia fósseis (como carvão, petróleo e gás natural) por fontes renováveis (como solar, eólica, hidráulica e biomassa), ao mesmo tempo em que se estimula a eficiência energética e a modernização (eletrificação) dos setores.

Quais são os componentes da Transição Energética? 

  • Substituição de Fontes Fósseis por Renováveis 

A principal mudança é reduzir a dependência de combustíveis fósseis, que são os maiores emissores de dióxido de carbono (CO₂). 

Fontes renováveis, como energia solar e eólica, são abundantes, limpas e podem ser exploradas localmente. 

  • Descentralização da Produção de Energia 

Sai o modelo centralizado das grandes usinas e entra o modelo descentralizado, onde a energia é gerada em locais mais próximos ao consumo, como painéis solares em residências e empresas. 

  • Eletrificação 

Setores como transporte (veículos elétricos), aquecimento e indústrias estão migrando para o uso de eletricidade limpa, reduzindo o uso de combustíveis fósseis. 

  • Eficiência Energética 

A transição também inclui o uso mais inteligente e eficiente da energia, com tecnologias que diminuem o desperdício. 

  • Inovação Tecnológica 

Novas tecnologias, como baterias de alta capacidade, hidrogênio verde e redes inteligentes, são essenciais para suportar e expandir a transição. 

Como o Brasil se posiciona em relação à Transição Energética? 

O Brasil tem se posicionado de forma proativa na transição energética, buscando alinhar-se às tendências globais de sustentabilidade e redução de emissões de gases de efeito estufa. Historicamente, o país já conta com uma matriz energética relativamente limpa, destacando-se pelo uso significativo de fontes renováveis, especialmente a hídrica.

Algumas medidas recentes ajudam a entender o posicionamento e os compromissos do país frente ao tema, que são: 

  1. Política Nacional de Transição Energética (PNTE)

Lançada em agosto de 2024 e aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), a PNTE tem como objetivo principal coordenar ações governamentais para promover uma matriz energética mais sustentável no Brasil. Essa política é vista como um marco para a transição energética no país, com a expectativa de atrair cerca de R$ 2 trilhões em investimentos na economia verde ao longo de 10 anos e gerar aproximadamente 3 milhões de empregos. 

  1. Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten)

Sancionado em janeiro de 2025, o Paten busca estabelecer mecanismos financeiros que incentivem a produção de energia limpa e renovável, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis. Entre os principais instrumentos está a criação do Fundo Verde, destinado a viabilizar projetos que promovam a transição energética e fomentem a sustentabilidade em diferentes setores da economia. 

  1. Lei do Combustível do Futuro

Com a aprovação dessa lei, o Brasil reforça sua liderança na produção de biocombustíveis avançados, como o bioquerosene de aviação (BioQAV). Essa legislação tem como foco principal tornar o setor de transporte mais sustentável, alinhando-se às metas globais de descarbonização e promovendo uma matriz de transporte mais limpa e eficiente. Entenda como a lei impacta seu combustível aqui.

  1. Avanços na Produção de Energias Renováveis

O Brasil tem expandido significativamente a participação das energias eólica e solar em sua matriz energética. Essa expansão inclui incentivos para a instalação de usinas de geração distribuída, que permitem a produção local de energia renovável, e a construção de grandes parques de energia, especialmente no Nordeste, uma das regiões com maior potencial para essas fontes. 

  1. Uso de Biocombustíveis

O país se destaca como líder mundial na produção de etanol e biodiesel, consolidando sua posição no mercado global de biocombustíveis. Além disso, tem investido em tecnologias avançadas para a produção de biocombustíveis e na integração dessas soluções com o setor de transporte, visando reduzir ainda mais as emissões de carbono. 

  1. Descarbonização Industrial e Tecnologias de Captura de Carbono

O governo tem apoiado o desenvolvimento de projetos industriais com foco na redução de emissões, incentivando a adoção de tecnologias de captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS). Essas iniciativas são essenciais para descarbonizar setores industriais intensivos em energia e alinhar o Brasil às melhores práticas globais no combate às mudanças climáticas. 

O cenário mundial  

Muitos países que lideram as políticas de redução de emissões de gases de efeito estufa estão na Europa. A UE, como um bloco, tem metas ambiciosas de redução de emissões, como atingir a neutralidade de carbono até 2050 e reduzir as emissões em pelo menos 55% até 2030 (em comparação com 1990).  

A China, por outro lado, se tornou uma líder global na instalação de energia renovável (solar e eólica) e em tecnologias de armazenamento. Além disso, tem a meta de atingir emissões máximas até 2030 e neutralidade de carbono até 2060. 

Com a posse de Donald Trump em 20 de janeiro de 2025, os Estados Unidos passam a adotar uma postura de mais isolamento, retirando-se de diversos acordos e instituições internacionais, incluindo o Acordo de Paris.  

Essa decisão pode dificultar os esforços globais de combate às mudanças climáticas, já que os EUA são um dos maiores emissores de gases de efeito estufa. Além disso, Trump assinou ordens executivas para impulsionar a produção de combustíveis fósseis, declarando uma “emergência energética nacional” e facilitando a aprovação de projetos relacionados ao petróleo e gás. Essas ações podem atrasar a transição para fontes de energia mais limpas e afetar negativamente o mercado de energias renováveis. Veja outros detalhes na matéria do Time. 

No entanto, apesar dessas medidas, o mercado global de energia tem mostrado uma tendência crescente em direção às fontes renováveis, impulsionado por avanços tecnológicos e redução de custos. Mesmo com a retirada dos EUA do Acordo de Paris, outros países e blocos econômicos, como a União Europeia e a China, continuam comprometidos com metas de descarbonização e investimentos em tecnologias verdes. Além disso, diversos estados e cidades dentro dos próprios Estados Unidos mantêm seus compromissos de reduzir emissões e promover energias limpas, independentemente das políticas federais.  

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